São muitos os cientistas que se dedicam ao estudo do bioma Amazônia. Em suas pesquisas muitas vezes eles discordam uns dos outros em relação a determinados aspectos. Entretanto, sobre um aspecto quase todos concordam: a região guarda algumas das maiores riquezas do país. Não, não estou falando do ouro encontrado nos garimpos amazônicos. Estou falando da biodiversidade, da grande variedade de animais, plantas e micro-organismos que por lá podem ser encontrados. E qual seria a importância dessa biodiversidade? Dela os homens podem retirar alimentos, remédios, cosméticos e matérias-primas para indústrias. Mas eles devem ter cuidado ao fazer isso. A utilização cada vez mais frequente desses recursos naturais de forma irresponsável está fazendo com que a Amazônia vire motivo de preocupação.
Não é só a captura ilegal de animais e plantas que prejudica a biodiversidade amazônica. O equilíbrio de todo o ecossistema está sendo afetado pelo crescimento de cidades, a ação de madeireiras (empresas que extraem madeira da floresta em grandes quantidades), as queimadas e a expansão da criação de gado e da agricultura na região. Esses fatores contribuem para o desmatamento, ou seja, para a destruição da mata, o desaparecimento da floresta e dos seres que nela vivem.
Em áreas desmatadas, os solos ficam pobres em nutrientes, o que prejudica o nascimento de novas espécies vegetais. A chuva que cai nesses solos dificilmente é absorvida, provocando o aparecimento de mais terrenos alagados. As cheias, por sua vez, podem prejudicar a vida de animais e de plantas mais baixas, provocar a erosão de alguns terrenos, lançar substâncias no curso dos rios, etc. Solos desmatados são atingidos diretamente pelo sol e pelo vento e isso pode alterar o clima de determinadas regiões. Antes do desmatamento, as queimadas em si já são um grande problema: provocam incêndios florestais que emitem gases poluentes. Você nunca pensou que existia poluição em uma floresta tão grande e verde... mas existe. E ela está também na água dos rios, muitas vezes contaminada pelo mercúrio, metal utilizado na extração de ouro.
Calcula-se que 17% da área amazônica está devastada ou ocupada. Contra a destruição desta riqueza brasileira, trabalham o governo, através do Ministério do Meio Ambiente e algumas outras organizações, como o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), a Associação Ambientalista da Amazônia e a WWF - Brasil.
Estas instituições trabalham pela preservação desse bioma, acreditando que todas as atividades humanas podem ser desenvolvidas com respeito ao meio ambiente. É necessário ter a consciência de que os recursos que a Amazônia nos oferece podem esgotar, que o regime de chuvas, o volume dos rios, e, enfim, o clima da região podem mudar. O equilíbrio do grande ecossistema pode ser rompido.
E isto com certeza afetaria a vida dos homens. Dos que vivem na Amazônia e dos que estão distante e podem sofrer com alterações de clima causadas pela diminuição da mata, por exemplo. Dos nossos descendentes. Será que eles vão conhecer esta rica Amazônia que conhecemos hoje?
E então, você não acha que devemos lutar para salvar a Amazônia? Pense sobre o futuro, pense sobre isso!
Consultoria: Vânia Rocha, bióloga / Museu da Vida (Fiocruz).
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