Floresta Amazônica

Com 7 milhões de km² e ocupando regiões de 10 países, a Floresta Amazônica divide-se em três tipos distintos: as florestas montanhosas andinas, as florestas de terra firme e as florestas fluviais alagadas.
A floresta de terra firme, que não difere muito da floresta andina exceto pela menor densidade, apresenta um solo extremamente pobre em nutrientes, o que forçou uma adaptação das raízes das plantas que, através de uma associação simbiótica com alguns tipos de fungos passaram a decompor rapidamente a matéria orgânica depositada no solo a fim de absorver os nutrientes antes deles serem lixiviados.
Em tempos remotos a floresta amazônica possuía um clima quente-seco e, devido às condições de baixa pluviosidade, era composta basicamente por vegetações do tipo cerrado, caatinga e campinaranas, mais resistentes à seca. Apenas algumas regiões mais altas eram ocupadas por uma vegetação mais densa que, com a diminuição da temperatura e o aumento da pluviosidade se alastraram dando origem a floresta de terra firme. Hoje, são as vegetações do tipo cerrado que se escassearam nessa região sendo encontrada apenas em alguns lugares de transição com outros tipos de biomas.
A floresta alagada também apresenta algumas adaptações às condições do ambiente como raízes respiratórias e sapopembas (árvore da família das figueiras, também conhecida como gameleira, em que a raiz pode se desenvolver até dois metros de altura para fora da água acompanhando o tronco). As áreas alagadas por águas brancas, ou turvas, provenientes de rios de regiões ricas em matéria orgânica, são chamadas de florestas de várzea. E as áreas alagadas por águas escuras, que percorrem terras arenosas e pobres em minerais e que assumem uma coloração escura devido à matéria orgânica presente, são chamadas de florestas de igapó. A oscilação do nível das águas pode chegar a até 10 metros de altura.
A fauna da floresta amazônica é muito rica com a presença de muitas espécies endêmicas. Entretanto, a macrofauna que habita o solo das regiões de florestas de terra firme não é muito variada, destacando-se as antas e a queixada. As espécies que habitam as áreas alagadas possuem em comum a característica de serem exímios nadadores. São nessas regiões onde encontramos mamíferos aquáticos como os botos e as lontras. Outros animais que habitam a floresta amazônica são os primatas, muito abundantes nas regiões de floresta de terra firme, além de marsupiais, morcegos e roedores que também habitam a copa das árvores. Nas águas da floresta amazônica, podemos encontrar, além dos exemplos já citados, as ariranhas, piranhas, e diversas espécies de peixes, algumas das quais, se alimentam de frutos que caem das árvores (são os chamados peixes frugívoros).
Fontes: http://www.mre.gov.br
http://portalamazonia.globo.com

Defesa da Amazônia

Borboleta Pousando na FlorCom os problemas existentes na Amazônia foi necessário a criação de diversos órgãos, ONG's e fundações que atuam na luta pela manutenção epreservação do bioma e das populações nativas do local.
 
Veja abaixo algumas instituições que estão em defesa da Amazônia: 
 
 
Greenpeace

Organização não governamental que atua em todo o mundo, defendendo os interesses ambientais, incitando a busca dos direitos humanos de forma que as pessoas possam tomar novas posturas diante das questões ambientais.
 
O Greenpeace está presente em todos os continentes, em 43 países. O Greenpeace no Brasil, teve sua primeira ação em 26 de abril de 1992, aniversário do desastre nuclear que ocorreu em Chernobyl. Diante da Usina Nuclear Angra 1, no Rio de Janeiro, eles fixaram 800 cruzes no pátio da usina, de acordo com o número de mortes ocorridas no acidente. Sobre a Amazônia, esta organização promove diversos relatórios que denunciavam o abuso de empresas com relação aos recursos da Floresta, dentre eles temos “Comendo a Amazônia”.
  
Imazon - Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia

Instituto de pesquisa, criado em 1990, com sede em Belém, Pará.  Tem por objetivo estimular o desenvolvimento sustentável na Amazônia através de estudos, auxiliar na criação de políticas públicas, difundir informações através de revistas científicas nacionais e internacionais, formar pesquisadores que entendam e solucionem os problemas existentes na Amazônia.
 
SOS Amazônia

Essa associação foi criada em 1980, no Acre, com o intuito de defender a Floresta Amazônica, incentivando assim as populações locais a cuidarem do seu ambiente de forma a obterem melhor qualidade de vida.
Amazonlink

Website fundado em 2001, com sede em Rio Branco, Acre. O objetivo dessa organização sem fins lucrativos é oferecer informações atuais sobre a Amazônia para sua preservação e para melhores condições de vida da população.
 
Fundação Vitória Amazônia

É uma entidade socioambiental, fundada em 1990 que visa a conservação da biodiversidade existente na Amazônia, através de projetos, estudos e práticas sustentáveis que auxiliam no desenvolvimento humano na bacia do Rio Negro. Um exemplo é o projeto Geopolítica da conservação II, que visa proteger áreas no baixo e médio Rio Negro.
 

INPRA – Instituto Internacional de Pesquisa e Responsabilidade Socioambiental Chico Mendes

Instituto sem fins lucrativos, mantêm sedes no Paraná e no estado de São Paulo. Ele recebeu o nome de Francisco Alves Mendes Filho (Chico Mendes), seringueiro desde criança, assassinado por defender trabalhadores e populações locais. Essa organização tem o intuito de promover ações que ajudem na preservação, conservação ambiental, promoção humana, inclusão da sociedade através de empregos, técnicas, eventos, pesquisas e projetos.
 

IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia

Órgão de pesquisa que promove programas que conscientizem o uso dos recursos da Floresta Amazônica. Criado em 1995, em Belém, o IPAM surge inicialmente com intuito de estimular a ciência e o ativismo ambiental na Amazônia para a incitação de movimentos que pudessem incluir a participação das populações do local.
 
WWF – Brasil
 
Organização Nacional, não-governamental com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável. Criada em 1996,  com sede em Brasília, desenvolve projetos em todo o país e integra a maior rede de trabalhos com o foco em conservação ambiental.
 
Organizações indígenas da Amazônia
 
FUNAI – Fundação Nacional do Índio

É um órgão do Governo Federal Brasileiro, criado em 1967 para substituir o Serviço de Proteção ao Índio. Ele procura trabalhar com políticas que asseguram a educação, as terras e os interesses dos indígenas, a fim de denunciar e fiscalizar aqueles que colocam em risco a vida e os costumes desses povos.
 
CCPY - Comissão Pró-Yanomami

Fundada em 1978, em Brasília, é uma organização não governamental sem fins lucrativos que está a defesa dos Yanonami. Seu principal objetivo era lutar pela demarcação das terras para estes povos, direito conquistado em 1991. Os dois principais focos da organização são a saúde e a educação. Com isso foram criadas várias entidades para dar assistência a população indígena.

Tribos Indígenas



Ínndia da AmazôniaA medicina popular advém da sabedoria e cultura indígena.  Os índios conviveram há milênios nesse ecossistema sem a necessidade de destruí-lo, pois eles se identificavam com a natureza de tal forma que não precisavam desmatar ou causar maiores estragos à natureza. Eles utilizando recursos naturais curando as doenças através das plantas medicinais.
 
Assim a junção do homem branco com o índio (miscigenação) veio a nos beneficiar em termos culturais. Contudo, essa rica característica está se perdendo porque os índios brasileiros estão sofrendo cada vez mais influências do homem branco. Estima-se que aproximadamente vivem mais de 460 mil índios, dividido entre 225 sociedades indígenas, no Brasil, porém, algumas delas sobrevivem com os costumes do homem branco e não mais de sua cultura. Eles foram perdendo a sua identidade cultural. 

Tribos Indígenas da Amazônia

Originalmente, estes indígenas habitavam na Floresta Amazônica há mais de 10.000 anos. A quantidade de índios que viviam na Amazônia pré-colombiana era entre 1 e 10 milhões, de acordo com os dados da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Os indígenas da Amazônia falam cerca de 180 línguas, excluindo aqueles que vivem afastados da sociedade. A língua que prevalece no Brasil é o português, porém, até o século XVIII, na lingua portuguesa haviam traços do tupi-guarani, como por exemplo, a mandioca, o beiju, paçoca, o milho, o pirão, a canoa são todos elementos usados pelos colonizadores dos índios, que até hoje marcam a cultura brasileira.
 
Eles se organizavam em tribos seminômades de caçadores-coletores e agricultura pouco desenvolvida, uma forma singular de planejar a vida, pois eles dividiam as coisas de acordo com o objetivo de cada aldeia, tornando esta divisão um modo harmônico de trabalho. Eram dispersos em várias pequenas tribos e o parentesco de cada um era definido segundo as linhagens de ascendência paterna.
 
Também eram divididos de acordo com as suas idades, sexo e conhecimento (por exemplo, o cacique, um tipo de chefe político que resolvia as questões da tribo, dormia em local separado do restante da tribo). 

As crenças religiosas desses povos eram na forma de culto aos espíritos ou o animismo, e os xamãs funcionavam como uma espécie de ligação entre o nosso mundo e o mundo espiritual. Danças e ritos de puberdade eram essenciais para se dividirem clãs totêmicos, ou seja,  grupos considerados descendentes de ancestrais míticos comuns e se diferenciavam dos outros  em razão de alguns rituais.
 
Atualmente, mais da metade dos índios brasileiros se localizam na Amazônia Legal (área composta por nove estados brasileiros afim de facilitar as questões de planejamento socio econômico da região Norte do Brasil). Segundo os dados do Instituto Socioambiental, em 2009, dentro da Amazônia Legal vivem cerca de 242.123 habitantes e encontram-se nas Terras Indígenas.
 
Essas Terras de acordo com a Constituição de 1988, são de uso exclusivo desses povos e protegidas pelo Estado brasileiro e na Amazônia são maiores que aquelas existentes em outras regiões do país. Isso acontece porque os europeus ocuparam por último as áreas no interior da Amazônia Legal, beneficiando os índios que fugiamda escravidão das primeiras áreas ocupadas (próximas ao litoral).

Biodiversidade da Amazônia


Vendo a floresta das alturas a presença da mata é bem visível, a extensa área verde, na mata fechada, parece não ter fim. O que observamos nesta grande área são as copas das árvores, que de tão juntas nos permitem ter essa visão e é por causa delas que há a dificuldade da entrada dos raios solares.
De baixo presenciamos uma variedade de plantas e árvores que são diferentes em espécie e em tamanho. Árvores que chegam a mais de 40 metros de altura e sustentam cipós, raízes de outras plantas, folhas, ramos, plantas apoiadas em outras e isto não impede a passagem livre dos nutrientes.
Como o solo não recebe muita luz solar, o ambiente é escuro e existe pouca cobertura verde, sendo ele formado por serapilheira e não por uma vegetação abundante e verde que constitui alimento para outros mamíferos em outros tipos de mata.
Por esse motivo a fauna da Floresta Amazônica é composta por animais de pequeno e médio porte. A vida nesse ecossistema pode ser interferido por qualquer alteração, quer seja natural ou humana. Esta é a relação entre seres vivos e não vivos e entre o homem que vem causando problemas neste grande bioma.

Animais da Floresta Amazônica

De acordo com dadosAnimais da Floresta Amazônica do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em 2005, a fauna amazônica era constituída de 4.221 espécies de animais. Talvez imaginava-se que a Floresta Amazônica era como os filmes do Tarzan, deslizando sobre os galhos, cercado de elefantes, lobos, girafas, etc. É claro que este ambiente é encontrado em florestas como na África (que é a menor área de floresta tropical do mundo) e no Pantanal, mas não na Floresta Amazônica.

Apesar disso, há uma fauna variada e espécies desconhecidas. Os mais populares são os macacos, como o macaco-aranha, os guaribas, os coatás, os barrigudos. Há também a presença de muitos répteis, anfíbios, peixes, mamíferos terrestres e aquáticos, aves e muitos insetos. Nos rios amazônicos existem cerca de 85% de espécies de peixes da América do Sul e um dado curioso é que só no Rio Negro foram catalogadas 450 espécies de peixes.

Outro fato interessante é o processo conhecido como piracema, no período da desova dos peixes, eles nadam contra a correnteza, encontrando obstáculos para reprodução da sua espécie. Além de obstáculos naturais, eles também fogem dapesca predatória, que é proibida durante esta época. Sendo este um sistema interligado, onde qualquer alteração produz desequilíbrios consideráveis, a pesca predatória durante a piracema prejudica a cadeia alimentar havendo o desaparecimento de  algumas espécies e aumento de outras.

A maior parte da fauna amazônica é composta por muitos insetos, nela encontra-se besouros, formigas, vespas, mariposas, etc. Esses animais são de grande importância nos ecossistemas, pois ajudam na polinização das plantas direta ou indiretamente.

Já as aves são responsáveis por dar um toque de cor à floresta. Na Amazônia existem 1.300 espécies de aves, constituída por araras, papagaios, periquitos, tucanos, entre outros.
Perigos da Mata
A Floresta Amazônica é cercada de beleza, mas também encontramos muitos perigos ao adentrarmos na mata. Há animais peçonhentos e perigosos que merecem destaque.
As dificuldades que os expedicionários encontraram no passado foi a presença de mosquitos e insetos transmissores de enfermidades diversas tais como serpentes venenosas, plantas espinhosas e venenosas, índios, rios e cavernas desconhecidos. Portanto, na hora de nos aventurarmos na Amazônia, precisamos ficar de olhos abertos e observar tudo em detalhes. Um modo de defesa, no encontro com um animal nocivo, é vê-los a distância e ter  muito cuidado, tratando de observar todos os lugares. Conheça alguns animais perigosos:
  • Mosquitos – mais conhecidos como muriçocas, pernilongos ou borrachudos. Essas pequenas criaturas estão relacionadas a mais de 2 milhões de mortes de pessoas por ano no mundo. Ao viajar para a Amazonia tome todas as vacinas e use repelente, pois estes insetos gostam muito de locais úmidos e com muita formação arbórea.
  • Cobras venenosas – jararaca, surucucu, coral e a cobra papagaio, estas são as espécies de cobras mais perigosas da Floresta, mais ativas a noite, encontram-se penduradas em árvores, troncos ocos, buracos, rastejando-se no chão e o alvo de ataque delas são os pés e as pernas. Por isso, nas caminhadas pela floresta devemos usar botas e sapatos que nos protejam da ação de certos animais. Sendo elas as responsáveis por mais de 100 mil mortes por ano no mundo.
  • Aranhas – são perigosas as aranhas armadeira e marrom. Se for picado por uma delas, é necessário a aplicação de soros correspondentes a espécie da aranha.
  • Escorpiões – os escorpiões preto e amarelo são nocivos ao homem e possuem uma picada dolorosa e intensa, sendo necessário a aplicação do soro em casos graves.
  • Arraias – vivem em águas doces, em lagos, rios e possuem um ferrão serrilhado coberto de veneno. O ideal é arrastar os pés sobre as águas e cutucar o fundo do rio com um galho.
  • Animais selvagens – onças, jaguatiricas, gatos do mato podem ser um perigo quando famintos ou quando confundem a sua presa com um ser humano, caso isso aconteça, não fique parado. Suba em uma árvore e fique por lá até o felino ir embora.
Flora da Amazônia
Planta da AmazôniaA Floresta Amazônica é cercada por várias espécies já catalogadas. Com aproximadamente 2.500 espécies de árvores e 30 mil espécies de plantas, elas constituem um patrimônio para os recursos que o homem utiliza da natureza. Madeiras com valor comercial e próprias para o uso, a floresta possui a maior reserva de madeira do mundo.
As espécies mais conhecidas são a castanheira, a seringueira, a vitória-régia e o cacaueiro. As árvores consideradas de grande porte ficam próximas umas das outras e impedem a passagem dos raios solares que dificultam o surgimento de uma vegetação rasteira que é encontrada em poucos lugares.
Em algumas árvores amazônicas presenciamos o crescimento de plantas como orquídeas e bromélias que mantém uma relação mútua. Assim, a metade das plantas existentes no Brasil é encontrada nessa floresta. A cada ano que passa mais espécies são catalogadas em todo o mundo e adicionadas à lista.

Conhecendo a floresta

Conhecendo a floresta 
É uma floresta tropical fechada, formada em boa parte por árvores de grande porte, situando-se próximas uma das outras (floresta fechada). O solo desta floresta não é muito rico, pois possui apenas uma fina camada de nutrientes. Esta é formada pela decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é matéria essencial para as milhares de espécies de plantas e árvores que se desenvolvem nesta região. Outra característica importante da floresta amazônica é o perfeito equilíbrio do ecossistema. Tudo que ela produz é aproveitado de forma eficiente. A grande quantidade de chuvas na região também colabora para o seu perfeito desenvolvimento.

Como as árvores crescem muito juntas uma das outras, as espécies de vegetação rasteira estão presentes em pouca quantidade na floresta. Isto ocorre, pois com a chegada de poucos raios solares ao solo, este tipo de vegetação não consegue se desenvolver. O mesmo vale para os animais. A grande maioria das espécies desta floresta vive nas árvores e são de pequeno e médio porte. Podemos citar como exemplos de animais típicos da floresta amazônica: macacos, cobras, marsupiais, tucanos, pica-paus, roedores, morcegos entre outros. Os rios que cortam a floresta amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são repletos de diversas espécies de peixes.

O clima que encontramos na região desta floresta é o equatorial, pois ela está situada próxima à linha do equador. Neste tipo de clima, as temperaturas são elevadas e o índice pluviométrico (quantidade de chuvas) também. Num dia típico na floresta amazônica, podemos encontrar muito calor durante o dia com chuvas fortes no final da tarde.

Problemas atuais enfrentados pela floresta amazônica:
Um dos principais problemas é o desmatamento ilegal e predatório. Madereiras instalam-se na região para cortar e vender troncos de árvores nobres. Há também fazendeiros que provocam queimadas na floresta para ampliação de áreas de cultivo (principalmente de soja). Estes dois problemas preocupam cientistas e ambientalistas do mundo, pois em pouco tempo, podem provocar um desequilíbrio no ecossistema da região, colocando em risco a floresta.

Outro problema é a biopirataria na floresta amazônica. Cientistas estrangeiros entram na floresta, sem autorização de autoridades brasileiras, para obter amostras de plantas ou espécies animais. Levam estas para seus países, pesquisam e desenvolvem substâncias, registrando patente e depois lucrando com isso. O grande problema é que o Brasil teria que pagar, futuramente, para utilizar substâncias cujas matérias-primas são originárias do nosso território.

Com a descoberta de ouro na região (principalmente no estado do Pará), muitos rios estão sendo contaminados. Os garimpeiros usam o mercúrio no garimpo, substância que está contaminando os rios e peixes da região. Índios que habitam a floresta amazônica também sofrem com a extração de ouro na região, pois a água dos rios e os peixes são importantes para a sobrevivência das tribos.

Lobo-guará, um solitário no cerrado

O belo lobo-guará já caminhou através de florestas, campos e cerrado sul-americanos, mas hoje é encontrado, principalmente, no cerrado. Por isso é utilizado como símbolo dos movimentos de conservação deste bioma brasileiro. Hoje, ainda é possível encontrá-lo na natureza, mas muito menos do que antigamente. Isso por que esse animal tímido e dócil está ameaçado de extinção.

A quase extinção destes canídeos se deve principalmente à destruição do seu habitat pelo avanço das áreas urbanas e agropecuárias. Mas também por terem sido caçados por fazendeiros que os consideravam ameaças aos seus rebanhos.

Características
 Distribuição geográfica. Imagem: Wikipedia.
Distribuição geográfica. Imagem: Wikipedia.

O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo do América do Sul. Pesa entre 20 e 25 quilos e pode medir até quase 2 metros de comprimento. Suas pernas longas são responsáveis pelos seus até 80 cm de altura. Além disso, facilitam subir morros, ver sobre a vegetação típica do cerrado e pular sobre a caça.
A coloração avermelhada do pelo e as orelhas grandes, combinadas com as pernas e o focinho de cor escura, fazem o lobo-guará lembrar uma raposa grande usando meias pretas. A audição dele é muito boa, mas o sentido do olfato é um dos piores entre os canídeos.

Ao contrário da maioria dos membros da família Canidae, que  caçam em bandos, o lobo-guará é um solitário. Por isso mesmo só se alimenta de animais menores do que ele – como aves e roedores – e vegetais – como raízes e frutos.
A lobeira
 Flor da lobeira. Foto: Wikipedia.
Flor da lobeira. Foto: Wikipedia.

A fruta preferida do lobo-guará chama-se lobeira ou fruta-do-lobo (Solanum lycocarpum). A relação entre animal e vegetal, neste caso, é de benefício para ambos – uma relação simbiótica.

O fruto da lobeira age como um vermífugo natural contra o verme-gigante dos rins, Dioctophyme renale, que causa graves complicãções renais neste lobo, bem como em outros canídeos e mustelídeos (martas, lontras, quatis, entre outros.)  Por outro lado, ao evacuar, o lobo guará promove a dispersão das sementes. Portanto, para preservar esta espécie, é preciso também preservar a lobeira e a região onde ela é encontrada: o cerrado.

Saiba mais:
Os canídeos
Bioma Cerrado

Link externo:

Projeto de monitoramento do lobo-guará
Consultoria: Miguel de Oliveira. Museu da Vida - Fiocruz.

Tudo que aqui se planta, nasce, cresce e floresce...

Cafezal. Foto: Assessoria de Comunicação,  Incaper
Cafezal. Foto: Assessoria de Comunicação,  Incaper

Quando Pero Vaz Caminha chegou em terras brasileiras escreveu uma carta ao Rei dizendo: aqui nessa terra tudo que se planta nasce, cresce e floresce. Ele não podia estar mais certo. Desde então os portugueses trouxeram muitas plantas para o Brasil.

Aqui elas foram plantadas e, como previu Pero Vaz, elas nasceram, cresceram e floresceram. O sucesso delas aqui é tamanho que é fácil se confundir e achar que são nativas.


As mais conhecidas dessas estrangeiras são as frutas, por estarem presentes no dia-a-dia das pessoas. A lista de frutas exóticas é enorme. Banana, manga, jaca e caqui são algumas das mais populares. Até mesmo o café e a cana-de-açúcar, tão importantes para a formação do Brasil, vieram de fora.

Espécies invasoras
 Capim-colonião. Foto: Embrapa.
Capim-colonião. Foto: Embrapa.

Assim como as árvores frutíferas, outros tipos de vegetais foram introduzidos em terras brasileiras. Quando uma dessas espécies exóticas é capaz de modificar o ecossistema é considerada invasora.

Uma planta invasora pode ser muito perigosa e oferecer diversos riscos à flora e fauna nativas. Capins de origem africana, como o Capim-colonião (Panicum maximum), trazidos para formar pastos, podem aumentar o número de incêndios. Como sabemos, o fogo tem um efeito devastador em todos os biomas.

Além disso, por substituírem espécies nativas, plantas exóticas podem afetar animais que dependem das espécies que foram substituídas. Por exemplo, a patativa-verdadeira (Sporophila plumbea) – ave típica dos cerrados paulistas – está em perigo de extinção, pois não se alimenta das espécies invasoras.
 Beleza perigosa
 Maria-sem-vergonha. Foto: Wikipedia
Maria-sem-vergonha. Foto: Wikipedia

Mesmo plantas bonitas, como a maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana), podem ser perigosas para a natureza. Essa espécie espalhou-se por boa parte do território nacional. De tão comum, parece até ser original do Brasil.

Mas, quem diria? Ela veio da África. E não tem vergonha de invadir reservas florestais no país. Elas ocupam o espaço de plantas nativas, diminuindo a biodiversidade.


É muito bom comer frutas exóticas. Afinal, elas são muito gostosas. Mas plantas invasoras são perigosas. Por isso é proibido trazer espécies exóticas para nosso país. Portanto, se for ao exterior, não traga nenhuma semente na mala, ela pode causar danos ao meio-ambiente.